o valor de cada um
Acordar às quatro da madrugada não era problema para Dona Celina. Pegar um ônibus em Austin para estar em Copacabana ao clarear do dia já havia se tornado um hábito. Ela adorava trabalhar para a família Vianna pois sentia-se valorizada e respeitada. Estava sempre com um sorriso no rosto, mesmo que tivesse desentupindo a fossa da cozinha. Os cães eram adoráveis, e as crianças muito respeitadoras. Seus pratos eram deliciosos, com aquele gostinho de tempero da roça, e muito elogiados nas festas. Mas, num sábado, tudo isso chegou ao fim. Ela caiu do oitavo andar, enquanto limpava as janelas. Apavorada com o acontecido, sua patroa ficou inconsolável. Quem, afinal, iria preparar o jantar naquela noite?