Morde e assopra
Clodomir estava chateado com a esposa e resolveu sair para dar uma volta. A mulata andava enchendo-lhe a paciência com reclamações e bate-bocas, tudo por conta de uma babaquice que rolou no sábado. Sem mais paciência para agüentar aquele disse-me-disse, ele preferia ficar calado a discutir. Daí pegou uma kombi e foi para Saracuruna, visitar sua mãe.
Parou num buteco para comprar um Hollywood vermelho, e acabou tomando duas doses de cachaça. Depois de abrir o maço, pegou um cigarro, virou-o de ponta cabeça, fez um pedido com os olhos fechados e só depois acendeu um outro. Ele não podia fumar em casa, por causa da bronquite da filha caçula, Leydivânia.
Quando chegou no portão da casa, bateu palmas e aguardou. A mãe agora tinha uma criação de poodles, que não eram nada amigáveis. Olhou para uma placa pendurada no muro, onde se lia: “Se vende lindos filhotes de puldos”. Deu um sorriso discreto, imaginando a ignorância da própria mãe ao escrever aquilo.
A velha mancava de um perna, e demorou um pouco para prender a matilha. Não tinha mais ninguém em casa para ajudar, e Clodomir não era muito amigo dos bichos. “- Por mim, matava todos e faria uns espetinhos pra vender. É mais doce que carne de gato”, dizia ele toda vez que chegava lá.
A mãe abriu o portão, inexpresiva, e sem dizer uma palavra sequer. Ele entrou, percebendo a estranheza da situação. Quando tentou abraçá-la, levou um tapa estalado na cara. A velha não estava com cara de muitos amigos. E parecia ter motivos para ter feito aquilo com clodomir.
– Caralho, mãe. Que porra é essa? Tá me estranhando, ou o quê?
– A Greisse já me ligou contando tudo, filhodaputa.
– Aquela preta maldita… devia ter ficado de boca fechada…
– Como você teve coragem de fazer aquilo, Clodomir?
– Pô, mãe… Não quero fala disso com a senhora, tá ligada?
– Mas o quê você fez foi maldade. Sabe disso, né, pilantra?
– Achei que ela ia gostar, caralho. Não tenho culpa
– Você tem noção do que fez?
– Ah… Não fode!
– Não fode, mesmo! Quem mandou abrir a boceta da mulher e assoprar dentro? Agora ela tá peidando pela racha, Clodomir.
E nem mesmo na casa de sua mãe ele te vê descanso. Ouviu mais de duas horas de sermões antes de ser convencido a voltar para casa e se humilhar, pedindo desculpas à esposa, que àquela altura já estava um pouco mais desinchada.
Mulherada é corporativista! nada de assopros.
A mulherada é fresca mesmo…
hauhauhauha, peidando pela racha foi ótimo. Clodomir levadinho…hauhauhauhaua
Fato verídico, aliás.
Aconteceu com um amigo da época de faculdade…
Leydivânia.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!!!!!!!
Ai, Rafael, eu tenho medo desses nomes que vc inventa.
Nossa, eu ri demais da buceta peidorreira, que coisa mais medonha.
=P
Muito bom, pra variar.
Nomes reais, meu amigo!
Sempre uso nomes reais!