O Imperador voltou…
Nascida e criada na Vila Cruzeiro, Pussyanne cansou de brincar de pique esconde com Adriano, o Imperador. Dessa amizade pueril, nasceu uma paixão velada, um amor que jamais chegou a acontecer. A jovem não conseguia se declarar, escreveu centenas de cartas que nunca foram enviadas, e então veio a fama. Adriano deixou a favela…
Aquela chama nunca deixou de arder, e a cada tropeço do Imperador, Pussyanne sonhava com seu retorno, cabisbaixo e carente. Ao contrário dos torcedores e da mídia esportiva, ela queria mesmo é que ele encerrasse a carreira e visse se consolar em seus braços, procurando conforto no meio de suas pernas, onde construiria um ninho. Sim esses eram os pensamentos da mulata.
Nesta segunda-feira, como que num evento cíclico e anual, Adriano se afastou temporariamente do futebol. Pussyanne, que estava a caminho do trabalho, só faltou soltar um rojão dentro do metrô lotado. Como a passagem já estava paga, ela foi até lá e pediu demissão: ficaria em seu barraco, aguardando o retorno do Imperador. Retocou as tranças e resolveu ousar na depilação: “virilha de contorno, por favor”
Ela tinha certeza de que Adriano procuraria a paz na favela, só que ele acabou não indo. Sumiu. Mudou de telefone. Apagou o perfil no facebook. Nem sequer se despediu da torcida. Mas Pussyanne manteve a esperança, e ficou revendo a matéria do Globo Esporte pela internet, enquanto devorava um pacote de Gulositos sabor presunto.
No meio da madrugada, entretanto, ele chegou. Não queria alarde, tampouco imprensa por perto, daí o motivo de tanta discrição. Ouvindo o pequeno furdunço que se instaurou pelos becos, Pussyanne destrancou a porta e acabou frente a frente com o Imperador. O nó na garganta não desatava por nada nesse mundo, e então ela se mijou… Rindo muito, Adriano deu-lhe um cascudo na moleira e sussurrou: “Não mudou nada, hein, Maria Mijona?”
Ainda não foi dessa vez, Pussyanne… Quem sabe no ano que vem?