Enfrentando a crise
– Chegou cedo hoje, amor?
– Regina, olha só… perdi o emprego…
– Caralho, Valtair! O que você fez?!?
– Nada, porra… Me mandaram embora, foi isso!
– E agora, como é que a gente faz pra viver?!
– Sei lá, mas acho que você vai ter que trabalhar e…
– Isso, nunca! Não nasci pra servir aos outros!
– Bom, então a gente vai ter que se desfazer de algumas paradas…
– Vai, homem! Desembucha!
– Bom, a gente vai ter que começar a vender as crianças!
– Ótima idéia! Vou armar uma barraquinha na feira.
– É… eu sabia que você não iria gostar da idéia.
– Não, muito pelo contrário, Valtair! Eu adorei!
– Para com isso, Regina. To boladão com tudo isso… to preocupado!
– Pois eu falo sério! Vou pintar um de cada cor! Tipo pintinho, saca?!
– Ah, vai… Senta aqui e me ajuda a pensar, mulher!
– Peraí que eu vou pegar as crianças, daí você me ajuda com a tinta…
– Regina?
– Oi!
– Eu posso, tipo… pelo menos pintar o Ernesto de azul?
Medo dessa família!