Da timidez
Quando Diego estava terminando de desabotoar o vestido, Isis teve um troço. Saiu correndo e trancou-se no banheiro da suíte. Houve uma intensa negociação até que ela abrisse a porta, com o véu a tapar os seios de bicos rosados. Estava com a maquiagem muito borrada, tantas foram as lágrimas que derramara no clamor do momento. Ela se desculpou, mas estava muito envergonhada. Era a primeira vez em sua vida que estava tirando a roupa assim, por amor, e isso a constrangia profundamente. O noivo, muito apaixonado, compreendeu suas lamúrias e prometeu respeita-la até que chegasse o momento certo.
Voltaram da lua de mel sem consumar a relação: isso não gerou qualquer rusga em suas vidas e só fez aumentar o amor que sentiam um pelo outro. Em seguida, foram retomando a rotina e depois de três semanas ela ainda mantinha suas reservas. Diego não conseguira sequer tocar as coxas da esposa, mas explodia em felicidade. Isis, por sua vez, voltou ao batente como modelo-vivo na faculdade de belas artes da federal, onde ficava nua em pêlo e posava para os alunos da turma de desenho artístico, sem a menor inibição. Ironias da vida.
Inspirado na reportagem do jornal O Globo de ontem?
Adorei o conto. Muito mesmo. Mas não é nada suburbano!
Beijo!
Putz, foi coincidência mesmo. Mas vou ler o jornal só para me precaver.
E apesar de não ser explicitado, Isis e Diego moram no Cachambi. E se casaram numa igrejinha charmosa de Bento Ribeiro. Suburbanismo, sempre!
Isso prova que: uma coisa é uma coisa, outra coisa é oooooutra coisa… 🙂
todo bonzinho morre coitadinho
Bonzinho só se fode mesmo.
Diego era tão bonzinho que comprava Veet para ela se depilar antes das aulas.