Virtualmente amigável
Estrodêmia passou a noite em claro, montando uma apresentação em power-point para comemorar o dia do amigo. Primeiro, catou fotos de filhotes, flores e crianças fofas pela internet. Depois, escolheu escreveu um longo texto, repleto de referências e citações, onde enaltecia o valor de uma verdadeira amizade. Pacientemente, encaminhou a mensagem com o arquivo anexado para todos os seus contatos: um a um, para que o e-mail não fosse confundido com spam pelos servidores alheios. Feliz da vida, ela recebeu a primeira resposta: era um deles que havia retornado, por estar com a caixa de entrada muito cheia.
Depois mais dois. Sete. Oito, vinte e cinco, cinqüenta e três. Ela não se deu por vencida e , mesmo com os olhos despencando de sono, continuou à espera de que alguém retribuísse o carinho. Deu meio dia, três horas da tarde, nove da noite… ninguém se prestou a respondê-la. Já havia passado uma semana, e Estrodênia não recebera um telefonema sequer. Ela chorou, como sempre, debulhando-se em lágrimas sobre os travesseiros. Lá pelas tantas, lembrou-se de uma macumba pesada que aprendera com sua antiga colega de quarto e rogou uma praga: toda vez que alguém ignorasse um e-mail com apresentação em power-point, automaticamente perderia um amigo. E assim surgiu todo o conceito do Twitter.
Ahahahahah, muito bom! Parabéns pelo texto.
Tô pra ver mente mais fértil.
Ah propósito, estava sem internet dia 20, por isso não te mandei um ppt do Dia do Amigo. 😀
Sério, obrigado pela amizade e por me fazer rir tanto.