Chora, pierrot
fevereiro 7, 2011
Com o olhar pedido no horizonte turvo e cinzento, Dona Genuína batia em seu pandeiro num compasso triste. Testemunhara, atônita, o incêndio que lambeu os barracões na Cidade do Samba. Por dentro, sim, estava devastada. Meses de trabalho destruídos pelo fogo, que parecia faminto, vivo, desesperado. Tudo aconteceu em menos de três horas. E sua Portela, como ficaria? Tomou um ônibus de volta para Vista Alegre e enxugou com uma toalhinha as lágrimas que, teimosas, não paravam de cair-lhe pelo queixo. Mas nem todo carnaval tem seu fim…
3 Comentários
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Pois é, pobre donas Genuínas…
ô, Rafael, lembrei de vc na hora que soube disso. Muito chato.
só dona genuína, que talvez tenha passado o ano inteiro bordando todas aquelas fantasias, sabe a dor que é.