Sobre amores impossíveis
#1
Laura e Joseph não dormiam mais na mesma cama, mas precisavam manter as aparências. Todo domingo, como num ritual automático, acordavam no mesmo horário e levavam as crianças para a primeira missa da Igreja da Penha. Ao final, sorriam para todos e fingiam ser felizes, mesmo sabendo que nunca mais trocariam carinhos ou palavras doces. Passariam a vida fazendo de conta que era tudo perfeito, e assim foi.
#2
Enquanto o mundo explodia lá fora, Noel e Benjamin rolavam pela cama, rindo de suas coisinhas mais bobas. O lençol nem cobria mais o colchão, de tanto que se engalfinhavam, de um lado para o outro. Seus beijos apaixonados denunciavam uma paixão quase lúdica, mesmo que os dois precisassem voltar para suas esposas depois de terminado o período do motel.
#3
Silvia e Elaine eram amigas desde que nasceram, sendo criadas como irmãs. Cresceram juntas, e sabiam guardar seus próprios segredos. Numa noite chuvosa de sábado, Elaine beijou sua amiga e foi expulsa do apartamento aos socos e chutes. Ficaram seis meses sem se falar, e só reataram a amizade com a condição de enterrar o assunto sob uma fina camada de açúcar mascavo.
#4
Rogéria e Renato começaram a namorar muito cedo, assim como veio a gravidez de seu primeiro filho. E como tudo em suas vidas era precoce, a separação chegou antes mesmo do parto. Mesmo não estando juntos, mantinham relações sexuais regularmente, só para não perder o vínculo, e não traumatizar o bebê.
#5
Jorge amava Priscilla, que amava Leandro, que amava Bianca, que amava Alessandro, que amava Lauro. Este último não amava ninguém, porque só tinha tempo para curtição. O pobre rapaz morreu um ano antes de Bianca se casar com Leandro, que volta-e-meia participava de um ménage com seu melhor amigo Jorge e Priscilla, atual esposa de Alessandro, que pegou chato de um travesti chamado Tânia Belvedere.
…. ah, eu precisava amar alguém também, né?
….só passoa parte do “chato”.
….é, preciso dizer que “os posts” estão/são ótimos?
#2 tinha receios q o final seria esse msm. 😉