Vicissitudes
Vicissitudes
Olavo chegou do colégio, tirou o uniforme, guardou os livros e pendurou sua mochila. Estava radiante, pois na aula de hoje, aprendera a resolver equações. Depois de um banho morno, vestiu-se com um conjunto de short e camiseta, calçou os chinelos e desceu para a cozinha. Tomou um copo de leite com achocolatado, e comeu algumas rosquinhas de coco. Alimentou os peixes, regou as plantas da varanda e soltou os cachorros. Ligou a TV e assistiu desenhos animados, enquanto a mãe preparava o jantar. Bateu três pratos de bife com batata-frita, e depois foi escovar os dentes. Pegou os cadernos, fez o dever de casa e leu um capítulo do livro, para a argüição do dia seguinte. Exausto, ligou a radio-vitrola e pôs um disco de Edith Piaf para tocar. Adormeceu antes mesmo das oito da noite, enrolado numa colcha de chenile. Seu pai, ao notar tal comportamento, preocupou-se:
– Marly, acho que nosso filho é um robô! Um andróide, todo perfeitinho!
– Para de falar merda, Otávio! Não ta vendo que ele é viado?