bacon, pra que te quero?
Tão logo ficou sabendo da pandemia que vinha do México, D. Rabicolina cintilou. Depois de anos sofrendo em vésperas de festividades cristãs, ela finalmente teria como se vingar pela morte do marido. Estava tão contente que serviu o dobro de lavagem para todo mundo. Na primeira ameaça de temporal, colocou todos os filhotes para fora do chiqueiro e deixou que brincassem à vontade. Poderiam esparramar-se debaixo da chuva, rolar pela lama gelada o quanto quisessem. Que eles ao menos pegassem uma gripe bem forte, para exterminar de uma vez por toda com a humanidade. “Nosso nome é legião, porque somos muitos” – repetia incessantemente. Já que a síndrome da vaca louca, nem a gripe aviária conseguiram chegar a tanto, que os porcos tivessem essa glória. Pela honra de todos os toucinhos que foram torrados em vão… Uma pena que, naquela madrugada, ao ver toda a vara dormindo espalhada pelo quintal, um grupo de lobos tenha se fartado silenciosamente com tão lúdico banquete.