O outro lado do Pesadelo
Bateu aquela larica e Cleisimara foi comprar um cachorro-quente na avenida. Havia uma carrocinha mais perto de sua casa, mas a noite estava fresca e o caminho até a lanchonete era bem mais agradável. Enfiada num shorts jeans com a costura marcando suas mucosas, ela arrematou o look com um top de lycra e seu já famoso boné de couro. Seguiu estalando as tamancas desleixadamente, além do nariz empinado.
Talvez tenha sido a tatuagem nas costas, ou seu jeitinho depravado de andar rebolando. O fato é que Miguel estava passando de carro e resolveu aborda-la: “Gata, você topa a três?” A moleca não pensou duas vezes e trocou a salsicha pela lingüiça. Sentiu-se uma verdadeira madame quando ele fechou os vidros e ligou o ar condicionado. No caminho, o rapaz engomadinho explicou a situação e pegou em sua perna. Cleisimara estava tão fogosa que em poucos minutos deixou o banco ensopado.
Não demorou muito para chegaram na Ilha do Governador, onde o cortês anfitrião a abraçou depois de estacionarem, dando-lhe um beijo no pescoço e detalhando com entusiasmo sobre a fantasia do casal. Ansiosa, Cleisimara respondeu que mal podia segurar a vontade de despi-lo, com seu sorriso indecente estampado na cara. Subiram as escadas ensaiando algumas preliminares e chegaram ao quarto, onde ela pôde ver a esposa de Miguel saindo do banho.
Glenda estava enrolada numa toalha, com a qual também secava as pontas dos cabelos. Não pareceu muito empolgada com a visão da jovem, e sequer a cumprimentou. Aquele piercing no umbigo a incomodou de uma forma tão absurda que chegou a ficar enjoada. Miguel, tirando a camiseta, bem que tentou acender o fogo entre as duas, mas não houve jeito. Tudo aconteceu tão repentinamente, que Cleisimara não entendeu quando a madame pegou as chaves do carro e saiu em disparada.
Seu jeito suburbano e o perfume adocicado não fizeram o requisito de Glenda, que sempre imaginara dividir o marido com uma mulher fatal e bem produzida. Aquele arremedo de gente, entretanto, só a fez broxar. Trancou-se em casa e não quis mais atender Miguel. Foram meses amadurecendo a idéia para ele entender tudo errado e destruir com sua libido. Cleisimara, coitada, ficou a chupar o dedo e ainda voltou para casa de Kombi, com as moedinhas que tinha no bolso e o que lhe restava de dignidade entalado na garganta.
Este conto é uma versão do texto “Pesadelo” publicado pela @brommelia, no “Blog da Maria”
tá SEN-SA-CIO-NAL!
posso roubar e postar lá amanhã? (que na verdade já é hoje?)
bjsssssssssssssssssss
ou vc prefere que eu poste só o link?
bem, me fala amanhã, por DM. beijo!
As moedinhas do cachorro-quente, certo? Coitada!
Cara, muito legal a narrativa. Gostei mesmo. E volto mais vezes para continuar conferindo outras postagens.
Abração.
Tadinha da Cleisimara…toda molhadinha e a Glenda nem aí pra ela… xD
Adorei o conto…muito bom ^^